Salta,
Na constante agitação diária, refugio-me nos pequenos prazeres da vida. Nos fins de tarde ensolarados, nos romances, no som do mar sobre as rochas, nos pensamentos.
Divago e sonho constantemente. Dou por mim a imaginar como seria se a vida fosse fácil, se retirássemos todas as angústias, todos os não's e todos os problemas. Exibo um sorriso e penso imediatamente "que bom que seria". Mas e depois? Como reconheceríamos o valor das coisas, da própria vida? Como iríamos crescer e voar? Como aceitaríamos as nossas falhas e quais seriam as nossas lutas? Valeria mesmo a pena tentar algo, sabendo de princípio que seria fácil?
Constato que as facilidades são fruto do nosso mérito. Que aprender é um processo precioso, que necessitamos de cair para nos levantarmos, que só nos sentimentos verdadeiramente gratificados quando atingimos algo com "sangue, suor e lágrimas".
Precisamos de um motivo assustador para nos lançarmos de cabeça, sem dúvida. E nos breves instantes que antecedem o salto, vemos a nossa vida a correr pelos olhos e o quão pequenos somos na imensidão que é o mundo. Não importa como saltamos ou como ficamos depois do salto, o importante é o motivo que nos levou a saltar. E se o salto for tão grande como a crença, certamente sairemos vencedores.
Gosto de acreditar no valor das minhas crenças, da minha fé. Nada é tão assustador como a nossa infelicidade. Se temos oportunidade de sermos felizes, existirá alguém capaz de derrotar isso?